sábado, 21 de maio de 2011

as primeiras enchentes



foi paixão fulminante a primeiro vento de frio. eu queria tocá-lo, abraçá-lo com força, respirá-lo. de todas as vias ele me chegava em impacto, sem espaços, sem sobras. era presença constante, água no corpo, razão a mais, de todo. sempre que chegava eu levantava uma persiana com dedo e o fitava desiludidamente, a passos lentos e decididos. ele (eu absorvendo tudo) era homem de bocas abertas, de tardes, de escapadas da vida aturdida que eu criei para mim e insistia em levar lá nos tempos idos de 1987.




(fotografia do artista norte-americano Fazal Sheikh)







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