segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Festival Panorama de Dança 2009


Chegando mais um Festival Panorama de Dança!

As apostas são os espetáculos da Quasar (sempre!) e o espetáculo de Gilles Jobin, Black Swan.

Performances, espetáculos gratuitos e mais uma vez o "Sentido > Centro" com instalações e espetáculos na rua.


Projeção digital

Fonte: http://www.contracampo.com.br
PARA ASSINAR A PETIÇÃO > http://www.gopetition.com/online/31415.html


A projeção digital chegou ao Brasil com a missão de democratizar o acesso aos filmes e libertar os distribuidores da dependência de cópias em 35 milímetros, cuja confecção e transporte são notoriamente caros. A instalação de projetores digitais permitiria ao público assistir a títulos que dificilmente seriam lançados nas condições tradicionais e ainda ofereceria condições para que espectadores situados longe do eixo Rio-São Paulo (onde se concentram quase 50% das salas de cinema do país) tivessem acesso aos mesmos títulos simultaneamente.

O que estamos vendo, no entanto, é uma total falta de respeito ao espectador no que se refere à exibição do filme propriamente dita. As razões são basicamente duas: projeções incapazes de reproduzir fielmente os padrões de cor e textura da obra e/ou projeções incapazes de exibir os filmes no formato em que foram originalmente concebidos. Sem falar no som, que muitas vezes ganha uma reprodução abafada, limitada ao canal central, muito diferente de seu desenho original.

A adoção da projeção digital pelos dois maiores festivais internacionais do Brasil (o Festival do Rio e a Mostra de São Paulo) e por outros festivais do país, infelizmente, não respeitou o que seriam critérios mínimos de qualidade de projeção de filmes em cinema – algo que é observado com atenção em qualquer festival internacional que se preze. Trata-se de uma situação particularmente alarmante tendo em vista o papel de formadores de plateia que esses eventos desempenham.

Sucessivamente, temos visto um autêntico massacre ao trabalho de cineastas, fotógrafos, diretores de arte, figurinistas, técnicos de som e até mesmo de atores. Apenas para citar um exemplo: Les herbes folles, o novo filme de Alain Resnais, originalmente concebido no formato 2:35:1, foi exibido no Festival do Rio, com projeção digital, no formato 1:78. Isso representou o corte da imagem em suas extremidades, resultando em enquadramentos arruinados, movimentos de câmera deformados e rostos dos atores cortados. Um pouco como se A santa ceia, de Leonardo Da Vinci, tivesse suas pontas decepadas, deixando alguns discípulos de Jesus fora de campo – e da história. Para completar o desrespeito, não há qualquer aviso em relação às condições de exibição e o preço cobrado pelo ingresso não sofre qualquer alteração.

Não nos cabe, aqui, pregar a “volta ao 35mm” nem defender determinada resolução mínima para a projeção digital. Sabemos que, se respeitados determinados critérios técnicos – ou seja, se a empresa responsável pela projeção digital receber do distribuidor o master no formato adequado, se o processo de encodamento for feito corretamente, e se os ajustes necessários para a exibição de cada filme forem realizados cuidadosamente –, a projeção digital pode ser uma experiência perfeitamente satisfatória para o espectador.

Não é isso, porém, que tem ocorrido. Exibidores, distribuidores e os fornecedores do serviço da projeção digital são responsáveis pela má qualidade da projeção e coniventes com esse lamentável descaso geral, que tem deixado críticos e amantes de cinema indignados. É um desrespeito ao cinema e aos seus criadores, mas, sobretudo, ao espectador e consumidor final, que saiu de casa e pagou ingresso para ver um filme.

A situação chegou a um ponto intolerável. Pedimos a todos os profissionais envolvidos com a projeção digital que tomem providências para que tais deformações não se repitam.

sábado, 3 de outubro de 2009

molly me grita "sim", esbraveja um "sim", destorce um "sim", vira os olhos para um "sim", engatinha feito bicho em um "sim", cospe milhares de "sim" e sai do palco iluminada...



Festival do Rio 2009

Meu festival deste ano está muito pobrzinho. Só tive tempo de ver 3 filmes, mas nenhuma grande surpresa até agora aconteceu. Vamos lá então:
Ricky, de François Ozon (França)


Esta talvez tenha sido a minha única surpresa do festival, aliás, acho que para todas as pessoas presentes na sessão.
O filme começa com um tom super naturalista, bem típico em alguns filmes da atualidade. Uma mulher vive sozinha com sua filha em um apartamento no subúrbio de Paris e trabalha numa fábrica de produtos químicos. O relacionamento entre elas parece equilibrado, apesar da menina mostrar doses altas de melancolia e amadurecimento precoce. Tudo vai bem até a mulher conhecer o novo empregado da fábrica. Eles tem uma rapidinha, vão morar juntos, a menina não aceita muito bem a presença do cara em casa, até aí tudo bem. Então eles tem um filho juntos. Até aí tudo bem também. Começam os problemas no relacionamento dos dois. Até aí tudo bem também. Então hematomas começam a surgir nas costas do bebezinho.
Do que achávamos ser marcas de um possível espancamento da criança pelo pai, vemos o bebê criar asas e voar pelo seu quarto, dando cabeçadas nos móveis e até por um hipermercado, para o delírio das pessoas.
Ozon, até então, vinha com uma cinematografia com um toque muito sofisticado. Vale lembrar do excelente "5x2" e de "Oito mulheres". Com este novo filme, ele parece ter desejado se reinventar de forma extremada, criando dois filmes diferentes dentro de um, pois a partir do momento que o bebê está com suas asas totalmente desenvolvidas, o filme ganha luz, cor, mas ele consegue não deixar o filme cair no clichê do fantástico ou simplesmente sobrenatural. É um ato artístico de extrema coragem fazer um filme como "Ricky" e fugir da parábola filosófica e jogar com o espectador da forma que ele faz.
Discordo de quem já escreveu que tudo aquilo pode ser fruto da imaginação da mãe ou da filha, o filme não me deu esta opção. Bem, apesar de certos tropeços, a película vale a pena de ser vista.


Storm, de Hans-Christian Schmid (Alemanha, Holanda, Dinamarca)

Hannah é promotora do tribunal de Haia e lidera um processo contra um cara que mandava estrupar e matar cidadãos bósnios muçulmanos. Uma testemunha, depois de acusada de perjúrio, se suicida e Hannah vai atrás da família do cara para saber o que tem por trás desta história toda. Envolta em joguetes políticos até a cabeça, ela conhece Mira, a irmã da testemunha que havia se matado e descobre histórias mais podres sobre a guerra na Sérvia, que poderiam incriminar o general na hora. Mas Hannah descobre que tem de lidar com memória, traumas alheios e a verdade nem sempre pode vir à tona quando o assunto é justiça.
Bom filme, correto e bem interessante como esclarecedor do conflito que assola o leste europeu até hoje. Em certos momentos ele descamba para quase um manifesto feminista, mas ainda assim é cinema!
Coco, de Gad Elmaleh (França)
Meu Deus. Só digo isso: Não assistam. Um dos piores filmes que já vi. Arranca as mesmas risadas que o Zorra Total me tira.
O único mérito do filme é o fato de um imigrante marroquino na França ser um dos homens mais ricos do mundo, coisa impagável de se ver. E só. Chega. Ponto final...