sábado, 3 de outubro de 2009

Festival do Rio 2009

Meu festival deste ano está muito pobrzinho. Só tive tempo de ver 3 filmes, mas nenhuma grande surpresa até agora aconteceu. Vamos lá então:
Ricky, de François Ozon (França)


Esta talvez tenha sido a minha única surpresa do festival, aliás, acho que para todas as pessoas presentes na sessão.
O filme começa com um tom super naturalista, bem típico em alguns filmes da atualidade. Uma mulher vive sozinha com sua filha em um apartamento no subúrbio de Paris e trabalha numa fábrica de produtos químicos. O relacionamento entre elas parece equilibrado, apesar da menina mostrar doses altas de melancolia e amadurecimento precoce. Tudo vai bem até a mulher conhecer o novo empregado da fábrica. Eles tem uma rapidinha, vão morar juntos, a menina não aceita muito bem a presença do cara em casa, até aí tudo bem. Então eles tem um filho juntos. Até aí tudo bem também. Começam os problemas no relacionamento dos dois. Até aí tudo bem também. Então hematomas começam a surgir nas costas do bebezinho.
Do que achávamos ser marcas de um possível espancamento da criança pelo pai, vemos o bebê criar asas e voar pelo seu quarto, dando cabeçadas nos móveis e até por um hipermercado, para o delírio das pessoas.
Ozon, até então, vinha com uma cinematografia com um toque muito sofisticado. Vale lembrar do excelente "5x2" e de "Oito mulheres". Com este novo filme, ele parece ter desejado se reinventar de forma extremada, criando dois filmes diferentes dentro de um, pois a partir do momento que o bebê está com suas asas totalmente desenvolvidas, o filme ganha luz, cor, mas ele consegue não deixar o filme cair no clichê do fantástico ou simplesmente sobrenatural. É um ato artístico de extrema coragem fazer um filme como "Ricky" e fugir da parábola filosófica e jogar com o espectador da forma que ele faz.
Discordo de quem já escreveu que tudo aquilo pode ser fruto da imaginação da mãe ou da filha, o filme não me deu esta opção. Bem, apesar de certos tropeços, a película vale a pena de ser vista.


Storm, de Hans-Christian Schmid (Alemanha, Holanda, Dinamarca)

Hannah é promotora do tribunal de Haia e lidera um processo contra um cara que mandava estrupar e matar cidadãos bósnios muçulmanos. Uma testemunha, depois de acusada de perjúrio, se suicida e Hannah vai atrás da família do cara para saber o que tem por trás desta história toda. Envolta em joguetes políticos até a cabeça, ela conhece Mira, a irmã da testemunha que havia se matado e descobre histórias mais podres sobre a guerra na Sérvia, que poderiam incriminar o general na hora. Mas Hannah descobre que tem de lidar com memória, traumas alheios e a verdade nem sempre pode vir à tona quando o assunto é justiça.
Bom filme, correto e bem interessante como esclarecedor do conflito que assola o leste europeu até hoje. Em certos momentos ele descamba para quase um manifesto feminista, mas ainda assim é cinema!
Coco, de Gad Elmaleh (França)
Meu Deus. Só digo isso: Não assistam. Um dos piores filmes que já vi. Arranca as mesmas risadas que o Zorra Total me tira.
O único mérito do filme é o fato de um imigrante marroquino na França ser um dos homens mais ricos do mundo, coisa impagável de se ver. E só. Chega. Ponto final...

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