quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Resposta à Worm / tornar-me meus próprios olhos


Habitante do Rio de Janeiro. Meu nome fala de um local já estabelecido, de um tempo dado pelas contingências. Os gomos da tangerina tem sempre uma pela muito fina e a acidez que sai dos alvéolos irrita meus olhos que por sua vez tem um espaço certo na parte superior da minha cabeça, anexada ao resto de meu corpo, nossa matéria que por capricho de minha mão se retorce toda em circunvoluções e meneios de negação. Ruídos insuportáveis e repetitivos martelam meu espiríto e o da platéia que me cerca e ainda vou tirar um tempo para saber o que está acontecendo. Oportunidades como estas não podem ser deixadas para outros planos. Não é a primeira vez nesta (noite) que o cheiro dos transeuntes me nausea e essa voz que, por mania de errar, direi que é perturbadora, angustiante, ou qualquer outro benefício entregue em mãos que faça um corpo sair dos eixos, tornar-se vulnerável para todos os nossos adversários, especialmente aqueles que desejamos pertolonge, de cara lavada ou com a visão embotada por vinho suave, objeto permutável e visível das coisas existentes e que estão por vir. Quem toca a campainha a minha casa e me tira desta posição de porte transcedental me faz duvidar da própria respiração e da comichão de fruto primevo que nos leva a agir. De agora em diante me lembro das professoras do colegial que tentam nos tornar alguma coisa plausível e de compreensão para todos os povos. Abandono a pausa, o intervalo entre dois sons quaisquer, a mosca que parece não se inquietar com os movimentos bruscos da minha mão direita sobre o papel. Sim, sou destro e tomo estas notas.

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