sábado, 20 de junho de 2009

Meu amor


“Isadora chupa o sangue dos pequenos arranhões, suc suc, um leite vermelhinho. Sobe uma vontade de comer, morder e chupar, sente-se muito gostosa, a única coisa que vale a pena ser comida na vida. São pensamentos e sentimentos engraçados, ela ri, mas não pode deixar de acreditar neles. Por exemplo, um desejo de virar árvore e ser capaz de guardar o calor, ou, se isso não for possível, ficar ali encostada na árvore, criando raízes e chupando o seu suor.”




Trecho do conto “Uma história só”, do livro Meu amor, da escritora paulista Beatriz Bracher

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